terça-feira, 30 de agosto de 2011

PANORAMA DAS ARTES PLASTICAS EM MATO GROSSO - POPULARES MODERNOS

Pavilhão abre exposição com dez artistas plásticos ligados à cultura popular

Escultura de Paulo Pires

Telas, objetos de cerâmica, galvanizados, peças de madeira, esculturas em pedra e em outros materiais fazem parte do conjunto de aproximadamente 130 obras que compõe  a exposição "Panorama das Artes Plasticas em Mato Grosso - Populares Modernos". Dez artistas que tem a cultura popular como base temática estão com suas obras expostas até o dia 30 de novembro no Pavilhão das Artes - Palácio da Instrução. O coquetel de arbertura é nessa quarta-feira (31.08) às 20h e é aberto a participação da comunidade e interessados.


Tela de Paulo Pereira da Silva. O artista morreu aos 40 anos e deixou 700 obras.
A exposição reúne os principais artistas populares de Mato Grosso: Alcides Pereira dos Santos, Antônio Pereira da Silva (Sitó), Clínio Moura, Paulo Pereira da Silva, Osvaldina dos Santos, Paulo Pires, Roberto de Almeida, Eugênia Vieira e Lupércio dos Anjos, com a curadoria de Gervane de Paula que fez um 'garimpo' na produção dos artistas. Foi um trabalho de três meses com visitas a ateliês e acervos para compor essa grande exposição. O projeto tem o apoio do Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Cultura - Fundo Estadual de Fomento à Cultura.

O curadoria é bem clara no programa da exposição quando diz o porque foram escolhidos esses dez artistas: " populares na essencia e modernos na estética". Segundo Gervane, eles se distanciam da alcunha de artesãos pois alem da criatividade tem um dominio estético mais sofisticado, dominam várias tecnicas, suportes e materiais diversos.

"Esmola do Senhor Divino" - óleo s/ tela de Osvaldina dos Santos, uma das homenageadas nessa exposição

Inicialmente a proposta do panorama era homenagear os pintores Alcides dos Santos, Osvaldina dos Santos, Paulo Pereira da Silva e o ceramista Clinio Moura, todos já falecidos. No entanto a organização e a curadoria tambem tinham o compromisso de apresentar  o dinamismo dos artistas que estão vivos. Por isso a participação dos pintores Nilson Pimenta e Sitó, dos escultores Roberto de Almeida e paulo Pires, da ceramista Eugênia Vieira e do objetista Lupércio dos Anjos.


Mesmo com quatro artistas não nascidos em Mato Grosso, a curadoria considera a obra deles como representativas da nossa cultura pois se estabeleceram como artistas aqui, entusiasmados com o programa de animação cultural desenvolvido pelo Museu de Arte e de Cultura Popular (MACP), da UFMT, em parceria com a Fundação Cultural de Mato Grosso, entre as décadas de 1970 e 1980.

"O Rio" obra de Alcides dos Santos, o artista de Mato Grosso mais bem valorizado no mercado nacional.

Nesse contexto, Gervane ressalta por exemplo o trabalho do pintor Alcides dos Santos que é hoje o artista de Mato Grosso mais valorizado no cenário nacional. Apesar de ser baiano, o pintor começou sua carreira em nosso estado e antes disso trabalhou nas mais diversas profissões: agricultor, barbeiro, sapateiro, pedreiro, entre outras. Suzana Guimarães escreve em um texto que integra o catalogo da exposição que: "Alcides é mais um desses artistas que, efetuando ao seu modo as múltiplas e difusas refêrencias, concebe o fazer artistico em função dos arranjos combinatórios que mesclam os signos da cultura popular-midiática (que se encontram, se sobrepõem e entrecruzam) e nele efetuam diferenças."


Nilson Pimenta é outro que Gervane destaca por ser considerado por criticos e curadores de arte brasileira um dos principais artistas populares vivos no Brasil. Da mesma forma que Alcides, Nilson pimenta tambem é baiano e trabalhou como lavrador em diversas fazendas e assentamentos localizados na região leste vindo a morar em Cuibá em 1978. Foi morar próximo à casa do pintor Adir Sódre, pessoa que o aproximou do movimento artistico de Cuiabá.

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