terça-feira, 18 de setembro de 2012

Violonista Manuel de Candinho e Orquestra Jovem participam da abertura do Circuito Cultural Lusófono


Nesta terça-feira, às 20h, no Centro de Eventos do Pantanal, será realizada solenidade de abertura do Circuito Cultural Lusófono (CCL), evento que visa congregar as artes dos países de língua portuguesa. O Circuito ficará em Cuiabá até o dia 20 de setembro e já foi realizado em Minas Gerais e no Ceará. A abertura conta com apresentação da Orquestra Jovem do Estado de Mato Grosso e do violonista de Cabo Verde, Manuel de Candinho, sob direção artística de Murilo Alves.
O cabo-verdiano Manuel de Candinho, nasceu em São Domingos, na localidade de “Chaminé”, ilha de Santiago. Como tantos outros, escolheu a emigração, fixando-se primeiro em Portugal (1982-1985) e depois na Holanda, desde 1985 até hoje. Começou a sua carreira musical ainda em Cabo Verde, em 1977, no conjunto “Os Camponeses”. Em Portugal tocou em vários grupos musicais e trabalhou, como músico, numa das grandes discotecas de Lisboa durante dois anos. Gravou o seu primeiro trabalho instrumental intitulado "Tradição" em 1983, com composições próprias e do conhecido compositor Ano Novo. Participou na gravação de vários artistas ainda no tempo dos LP's. 

Desde 1985 fixou a sua residência na cidade mais cabo-verdiana da Holanda, Roterdão, e começou a interessar-se por outros estilos como jazz latino, afrobrasil gipsy-jazz rock suave, etc. Na Holanda teve contacto com outros estilos como Casseku, Soca, Regae participando também em grupos de origem suriname. Mas a sua verdadeira especialidade e paixão continua a ser música tradicional de Cabo Verde, com destaque para as mornas e coladeiras. 

Manuel de Candinho tem participado de vários eventos internacionais, como, por exemplo, a participação no Festival de Cinema Lusófono (Cine-Port) no Brasil em 2005, Expo 2000 na Alemanha, no famoso “Festival do Avante" que o Partido Comunista Português organiza em Portugal. Liderou um dos maiores concertos do Bana com a maior orquestra filarmónica da Holanda (Metroplis Orchest) em 2007 na sala “De Doelen", em Roterdão. A sua última participação em disco foi no CD do conhecido compositor cabo-verdiano Antero Simas, lançado em Abril de 2009, mas pode-se ouvir e apreciar as suas composições em artistas como Djosinha, Gardénia Benros, Jorge Neto, Belinda, Nataniel Simas, Jaqueline Fortes, etc., ou em grupos como o cabo-verdiano Rabassa ou no angolano Tropical Band.
No repertório desta noite, conforme Jorge Moura Mendes, coordenador Pedagógico do Instituto Ciranda, será apresentado o Hino Nacional Brasileiro; Batuque Danza Di Negri (Lorenzo Fernandez) e Um Pouquinho de Brasil (Kleberson Calanca). Haverá intervenção de Manuel de Candinho. 

“Mostramos influência da música popular na música erudita brasileira nacionalista com uma peça de um dos maiores compositores eruditos brasileiros, que foi Lorenzo Fernandez, e terminamos por mostrar a própria música popular brasileira em um pot-pourri escrito especialmente para a Orquestra Jovem do Estado de Mato Grosso”, explica Mendes.
O evento é realizado pela organização não governamental (ONG) portuguesa 'Etnia', em parceria com o Instituto Cultural Lusófono (ICL) e Governo do Estado de Mato Grosso, através da Secretaria de Estado de Cultura, via Pavilhão das Artes. O Circuito Cultural Lusófono conta também com o apoio do Ministério da Cultura de Cabo Verde, Sebrae, Dracma Móveis, Ótica Plena Visão, Integralmédica e Companhia Aérea TACV.
Orquestra Jovem
A Orquestra Jovem é oriunda do “Instituto Ciranda – Música e Cidadania”, uma associação civil sem fins lucrativos reconhecida como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) pelo Ministério da Justiça, criada para desenvolver ações nas áreas da educação e cultura, utilizando a música como ferramenta de cidadania. A instituição possui várias frentes de trabalho tendo como base de ação o “Centro de Educação Musical e Artística”, localizado em Cuiabá.
O Instituto Ciranda atende atualmente cerca de 450 crianças e jovens (preferencialmente de baixa renda), vindos de diversos bairros de Cuiabá, Várzea Grande e outros municípios da ‘Baixada Cuiabana’. Todos os alunos em idade escolar devem estar devidamente matriculados.

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